A terapia focada na compaixão (TFC) foi desenvolvida por Paul Gilbert nos anos 2000 e é considerada parte da “terceira onda” das terapias cognitivo-comportamentais.
Se refere à teoria e ao processo de aplicação da compaixão à psicoterapia em conjunto com outras intervenções padrão.
Foi desenvolvida para aqueles que experenciam alta vergonha e/ou autocriticismo, os quais são processos associados a diversos quadros em saúde mental.
Essas são pessoas que podem ser mais sensíveis a críticas ou ameaças de rejeição, ao mesmo tempo em que enfrentam dificuldades em ser gentis consigo mesmas, praticar a autocompaixão ou se sentirem seguras e apoiadas.
O modelo da Terapia Focada na Compaixão (TFC) busca apoio na psicologia do desenvolvimento, social, evolucionista e em pesquisas recentes da neurofisiologia.
A partir disso, a Terapia Focada na Compaixão propõe que o manejo das emoções está apoiado em sistemas de regulação emocional mais ou menos desenvolvidos.
Para essa abordagem pessoas com alta vergonha e/ou autocriticismo possuem o sistema relacionado à tranquilização, segurança e bem-estar pouco acessível, enquanto o sistema relacionado à proteção de ameaças está “superativado”.
Assim um dos objetivos da Terapia Focada na Compaixão é balancear esses sistemas.
Este processo ocorre a partir do desenvolvimento de atributos e habilidades compassivas.
Apesar da inúmeras definições, a Terapia Focada na Compaixão entende a compaixão como a atenção ao sofrimento próprio e dos outros em conjunto com o comprometimento para aliviá-lo ou previní-lo. Desse modo, a compaixão é uma habilidade que pode ser treinada e aprendida.
Nesse sentido, no que tange à Terapia Focada na Compaixão, revisões sistemáticas e meta-análises recentes apontam para desfechos relacionados à dimimuição do autocriticismo e aumento da habilidade de se auto confortar, bem como aumento da auto-estima.
Fonte ABPBE – Associação Brasileira de Psicologia baseada em evidências.
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